domingo, 2 de fevereiro de 2014

Agrupamento Guilherme Correia de Carvalho - Livro do mês: fevereiro


Este conto esconde outra grande história. A história de Quentin Bell e do seu irmão, os sobrinhos de Virgínia Woolf e do jornal que faziam todos os dias para a família, quando Quentin tinha doze ou treze anos. Um jornal que incluía ilustrações, reportagens, entrevistas e uma enorme quantidade de artigos, quase como um verdadeiro jornal. Anos mais tarde, Quentin descreveria as visitas da sua tia Virgínia como «uma cálida brisa vinda de sudoeste, que nos enchia de uma espécie de espantosa energia». Naturalmente, como era escritora, as crianças pediram-lhe uma colaboração para o seu jornal. O resultado foi A Viúva e o Papagaio, um conto infantil sobre o amor aos animais, que a sua tia fez especialmente para esta ocasião. As crianças atiraram-se a esta história de enredo surpreendente. Muito tempo mais tarde, Quentin editou o livro com ilustrações do seu filho Julian. Hoje, o conto é um clássico e a tia de Quentin, aquela mulher que entrava em sua casa como uma cálida brisa de sudoeste, é considerada uma das maiores escritoras de todos os tempos, e a sua obra continua a ser lida e admirada em todo o mundo.
 
Escritora inglesa nascida a 25 de janeiro de 1882, no seio de uma família da alta sociedade londrina,
e falecida a 28 de março de 1941. O pai, Sir Leslie Stephen, era crítico literário. Virgínia Stephen, nome de solteira, passou a infância numa mansão londrina com os três irmãos e tratada por sete criados, convivendo com personalidades como Henry James e Thomas Hardy. Virgínia tinha 13 anos quando a mãe morreu e 22 quando chegou a vez do pai falecer. Os quatro irmãos foram então viver para Bloomsbury, um bairro londrino da classe média-alta. A irmã mais velha, Vanessa, de 25 anos, tomou conta dos restantes três.

Em sua casa foi formado o Grupo de Bloomsbury, onde se reuniam regularmente personalidades como os poetas T. S. Elliot e Clive Bell, o escritor E.M. Forster entre outros artistas e intelectuais. Os quatro irmãos, entretanto, viajaram pela Grécia e Turquia, mas pouco depois do regresso morreu Tholby, em novembro de 1906. Virgínia sofreu a primeira de muitas grandes depressões. Casou em 1912 com o crítico literário Leonard Woolf, que viria a ser o seu companheiro de toda a vida.
The Voyage Out, de 1915, marca o início da sua carreira de romancista, mas só dez anos depois, com Mrs Dalloway, considerado o seu primeiro grande romance modernista, chegou o reconhecimento como escritora reputada. Orlando, obra de 1928, confirmou as qualidades de Virgínia Woolf. Esta obra tem um protagonista andrógino, inspirado na sua amiga Vita Sackville-West, com quem manteve uma longa relação íntima. Após obras como A Room of One's Own (Um Quarto Que Seja Seu), onde defende a independência das mulheres, The Waves (As Ondas) e The Years (Os Anos), em 1938 lançou um romance polémico, Three Guineas (Os Três Guinéus), na sequência da morte de um sobrinho na Guerra Civil espanhola. Neste livro, Virgínia Woolf defende que a guerra é a expressão do instinto sexual masculino. A 28 de março de 1941, pouco depois de ter lançado Between the Acts, Virginia Woolf suicidou-se, atirando-se a um rio com os bolsos cheios de pedras. Foi a segunda tentativa em poucos dias, interrompendo assim uma carreira marcada pela obtenção de diversos prémios literários, dos quais, contudo, só aceitou um, o Fémina, de França.
Paralelamente à atividade de escritora, Virgínia, em conjunto com o marido, fundou e manteve uma editora, destinada a publicar textos experimentais, textos de amigos e traduções de russo. Intitulada Hobart Press, a editora funcionava em moldes caseiros, depois de em 1917 Leonard ter oferecido à esposa uma pequena tipografia.
 
In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
 
Publicado em 1940, Bichos é o primeiro livro de contos de Miguel Torga, um dos mais originais da literatura portuguesa no género, de tal modo que se afirmou como o maior êxito literário do autor e como um dos clássicos da nossa literatura.
Esta obra é um testemunho singular da união natural entre homens e bichos - animais com um sentir humano que se igualam ao homem na mesma luta pela sobrevivência, e seres humanos que se transfiguram em animais. Ao mesmo tempo, é um retrato fiel do rude viver transmontano e da fusão entre homem e terra.
O cão Nero, o galo Tenório, o Morgado, o Ladino, o Ramiro e a Madalena reportam-nos a uma vida em total comunhão com a natureza, com todas as alegrias e agruras que isso implica.
 
 
Pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, autor de uma produção literária vasta e variada, largamente reconhecida. Nasceu em S. Martinho de Anta em 1907. Depois de uma experiência de emigração no Brasil durante a adolescência, cursou Medicina em Coimbra, onde passou a viver e onde veio a falecer em 1995. Foi poeta presencista numa primeira fase; a sua obra abordou temas bucólicos, a angústia da morte, a revolta, temas sociais como a justiça e a liberdade, o amor, e deixou transparecer uma aliança íntima e permanente entre o homem e a terra. Estreou-se com Ansiedades, destacando-se no domínio da poesia com Orfeu Rebelde, Cântico do Homem, bem como através de muitos poemas dispersos pelos dezasseis volumes do seu Diário; na obra de ficção distinguimos A Criação do Mundo, Bichos, Novos Contos da Montanha, entre outros. O Diário ocupa um lugar de grande relevo na sua obra. Também como escritor dramático, publicou três obras intituladas Terra Firme, Mar e O Paraíso. Recebeu o Prémio Camões em 1989 e o prémio Vida Literária (atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores) em 1992.
 

 
 
 
 
 

 
 

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